Foto por: Taylor James |
substantivo feminino
Mudança
ou alteração completa no aspecto, natureza ou estrutura de alguém ou de alguma
coisa; transformação.
[Biologia]
Transformação pela qual passam alguns animais que, no decorrer do seu processo
de desenvolvimento, resulta numa forma e numa estrutura completamente
diferentes das iniciais.
[Figurado]
Alteração de personalidade, modo de pensar, aparência, caráter."
Eu, nos meus 30
anos de idade, já passei por muitas transformações e entendo que elas são
extremamente necessárias para a evolução do "eu". Mas nunca tive em
um processo de mudança tão doloroso (no sentido literal da palavra) como o
atual.
Todas as vezes que uma
nova Fátima surgiu, a antiga precisou morrer: ou foi morta pelo lúpus, ou pela
gravidez, ou pela relação que não deu certo. Nunca pelo "eu" que está
vindo. E aí está a minha dificuldade em lidar com essa metamorfose.
O meu "eu"
atual, mais evoluído que os anteriores, dedicou sua existência ao
auto-conhecimento, em saber do seu lugar no mundo e, consequentemente, virou um
monstro da auto-destruição. Quanto mais me conheço, mais quero me desconhecer.
Quanto mais entendo sobre o funcionamento do mundo, de como são as engrenagens
da vida, mais eu desejo ser ignorante. Enxergar o mínimo do universo é
desesperador, me deixa extremamente cansada, me faz desistir da evolução e da
vida. Nesse ponto sei que falhei em ser "eu" e preciso tentar ser melhor.
"O riso, que vira
pranto, que volta a ser riso..."
Fecho os olhos e vejo o
cenário da minha morte: minha garganta cortada, o sangue escorrendo. Quem corta
é outra Fátima, talvez a nova que precisa chegar, dar fim à essa tortura toda e
soltar um suspiro aliviado depois.
"Solve et
Coagula"
Essas linhas nada têm a
ver com anuncio de suicídio, são apenas a formalização da despedida dessa
existência falha que precisa acabar para que uma aprimorada, que tanto grita e
me esfola aqui dentro, tenha liberdade pra ser, enfim... E
que seja logo...
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